27 janeiro 2011

Tire dúvidas sobre seguro de carros

Por Giovana Teles do Jornal Hoje

É um serviço que você contrata, mas espera não usar nunca. O que se compra é tranquilidade. Por isso, custa caro. O preço varia de acordo com o perfil do dono e a maneira como ele usa o carro.

Por exemplo: quem tem garagem ganha um bom desconto. Isso vale também para as mulheres que normalmente são mais cuidadosas no trânsito. Em compensação, jovens com menos de 25 anos pagam mais. É que eles costumam sair à noite e têm menos experiência.

Faz parte do negócio: contrato menos arriscado, é mais barato.

Além de furto ou roubo do veículo, um bom seguro deve cobrir problemas como incêndio, batidas e indenizações a terceiros. O consumidor tem garantido o direito de escolher livremente a oficina.
Para carros zero quilômetro, os contratos devem dar cobertura com base no preço da nota fiscal por, no mínimo, 90 dias. Sem isso, o consumidor que perdeu um carro novinho correria o risco de receber o valor de um usado.

Tome cuidado com as chamadas cláusulas de exclusão, que tratam daquilo que o plano não cobre. Muitas seguradoras não indenizam danos causados por enchentes. Outras não pagam prejuízos provocados por menores de 21 anos, mesmo que eles tenham carteira de habilitação. O funcionário público Thiago Rocha Ritter só descobriu que o seguro tinha limite de quilometragem tarde demais.

“O carro ficou uma semana na oficina pra fazer a perícia. Assim que me retornaram, disseram que não iam arcar com o prejuízo”, comenta Thiago. Ele fechou negocio por telefone, sem ler o contrato. Mesmo assim entrou na justiça e conseguiu um acordo. “Aprendi que realmente a gente tem que pesquisar. Tomar todo o conhecimento antes de adquirir um bem ou um serviço”, conclui.

Mas às vezes ler o contrato não adianta. Antes de viajar para Bahia, o funcionário público Marcelo Nunes Gonçalves gastou 1.500 reais para fazer o seguro. No caminho sofreu um acidente e só teve aborrecimento na hora de consertar.
“Simplesmente não autorizaram o conserto de 37 itens.” A seguradora argumentou que esses problemas já existiam antes da batida. Marcelo também precisou da justiça para garantir seus direitos. “Vinte dias antes eu tinha feito o seguro e eles tinham colocado lá que o veiculo estava sem avarias, o veiculo estava perfeito”, explica Marcelo.

Juliana Pereira, diretora do Departamento de Proteção e de Defesa ao Consumidor do Ministério da Justiça, lembra que tão importante quanto pesquisar preços é levantar a ficha das empresas.

“É até importante que o consumidor faça uma boa pesquisa. Verifique se tem reclamações contra aquela empresa. Verifique se a empresa seguradora está regularmente inscrita num órgão regulador, se ela é uma empresa de confiança. Isso é muito importante. E aí sim faça o seu contrato”, ensina Juliana Pereira.
 
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