09 janeiro 2011

Governo decide reduzir valor para tratamento de câncer

Duas novas portarias publicadas pelo Ministério da Saúde às vésperas do Natal e que passaram a valer nesta semana reduziram o valor de tratamentos de pacientes do SUS com linfoma e leucemia mieloide crônica.

As reduções vão de 9% a 22%. Hospitais apontam que o valor a ser pago pelo governo é incompatível com os gastos no tratamento dos pacientes. Um dos tratamentos afetados é o de linfoma difuso de grandes células B, câncer linfático que acometeu a presidente Dilma Rousseff há quase dois anos.

O valor pago pelo governo federal por procedimento quimioterápico caiu R$ 6.804 para R$ 6.164. Segundo médicos e hospitais, a quantia agora só cobre um dos remédios usados no tratamento, o rituximab, droga de última geração usada por Dilma. Outras quatro substâncias (ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona) que fazem parte do esquema quimioterápico não estariam cobertas.
OUTRO LADO

O Ministério da Saúde afirma que as reduções de valores previstas nas portarias publicadas em dezembro apenas refletem a economia que o governo teve ao adquirir medicamentos a preços menores, e que não há corte de verba para a oncologia.

"Pelo contrário, já no início do segundo semestre, houve um investimento de quase R$ 500 milhões em radioterapia e quimioterapia", afirma Inez Gadelha, diretora do departamento de atenção especializada do ministério.
 
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