09 janeiro 2014

Eleições 2014: PT propaga ataque pesado contra Eduardo Campos via Facebook

Partido diz que até Miguel Arraes teria desgosto do neto se estivesse vivo

O Partido dos Trabalhadores resolveu abrir a caixa de ferramentas e propagou o primeiro ataque oficial ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), provável adversário de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais deste ano. Na página oficial da instituição no Facebook, um texto intitulado "A Balada de Eduardo Campos" chama o socialista de "tolo" e diz, entre outras coisas, que o avô de Eduardo, Miguel Arraes, "faz bem em já não estar entre nós, porque, ainda estivesse, morreria de desgosto". A nota não tem assinatura de nenhum dirigente da legenda, mas até esta quinta-feira (9), a postagem continuava na página na rede social.

O ataque segue dizendo que Eduardo Campos é um produto dos investimentos realizados por Lula, quando ainda presidente, em Pernambuco, como: Refinaria Abreu e Lima, Estaleiro Atlântico Sul, a criação de sete escolas técnicas federais, ou ainda as obras da transposição do Rio São Francisco e da Transnordestina.

E também direciona a artilharia para a aliança realizada por Eduardo com a Rede Sustentabilidade, encabeçada por Marina Silva: "Como até os tubarões de Boa Viagem sabem que o objetivo de Marina é se viabilizar como cabeça da chapa presidencial pretendida pelo PSB, é bem capaz que o governador esteja pensando com frequência na enrascada em que se meteu".

Por fim, relembra o caso da exoneração do ex-secretário de Defesa Social do Estado Wilson Damázio, em dezembro passado. "Arrisca-se, agora, a ser lembrado por ter mantido entre seus quadros um secretário de Segurança Pública, Wilson Damázio, que defendeu estupradores com o argumento de que as meninas pobres do Recife, obrigadas a fazer sexo oral com marginais da Polícia Militar, assim agiam por não resistirem ao charme da farda".
Confira, abaixo, a íntegra da nota publicada na página oficial do PT no Facebook:
"A BALADA DE EDUARDO CAMPOS
Por um momento, desses que enchem os incautos de certezas, o governador Eduardo Campos, de Pernambuco, achou que era, enfim, o escolhido.
Beneficiário singular da boa vontade dos governos do PT, de quem se colocou, desde o governo Lula, como aliado preferencial, Campos transformou sua perspectiva de poder em desespero eleitoral, no fim do ano passado. 
Estimulado pelos cães de guarda da mídia, decidiu que era hora de se apresentar como candidato a presidente da República – sem projeto, sem conteúdo e, agora se sabe, sem compostura política. 
O velho Miguel Arraes, avô de Eduardo Campos, faz bem em já não estar entre nós, porque, ainda estivesse, morreria de desgosto. 
E não se trata sequer da questão ideológica, já que a travessia da esquerda para a direita é uma espécie de doença infantil entre certa categoria de políticos brasileiros, um sarampo do oportunismo nacional. Não é isso. 
Ao descartar a aliança com o PT e vender a alma à oposição em troca de uma probabilidade distante – a de ser presidente da República –, Campos rifou não apenas sua credibilidade política, mas se mostrou, antes de tudo, um tolo. 
Acreditou na mesma mídia que, até então, o tratava como um playboy mimado pelo “lulo-petismo”, essa expressão também infantilóide criada sob encomenda nas redações da imprensa brasileira. 
Em meio ao entusiasmo, Campos foi levado a colocar dentro de seu ninho pernambucano o ovo da serpente chamado Marina Silva, este fenômeno da política nacional que, curiosamente, despreza a política fazendo o que de pior se faz em política: praticando o adesismo puro e simples. 
Vaidosa e certa, como Campos, de que é a escolhida, Marina virou uma pedra no sapato do governador de Pernambuco, do PSB e da triste mídia reacionária que em torno da dupla pensou em montar uma cidadela. 
Como até os tubarões de Boa Viagem sabem que o objetivo de Marina é se viabilizar como cabeça da chapa presidencial pretendia pelo PSB, é bem capaz que o governador esteja pensando com frequência na enrascada em que se meteu. 
Eduardo Campos é o resultado de uma série de medidas que incluem a disposição de Lula em levar para Pernambuco a Refinaria Abreu e Lima, em parceria com a Venezuela, depois de uma luta de mais de 50 anos. Sem falar nas obras da transposição do Rio São Francisco e a Transnordestina. Ou do Estaleiro Atlântico Sul, fonte de empregos e prestígio que Campos usou tão bem em suas estratégias eleitorais. 
Pernambuco recebeu 30 bilhões de reais do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, do qual a presidenta Dilma Rousseff foi a principal idealizadora e gestora. 
O estado também ganhou sete escolas técnicas federais, além de cinco campi da Universidade Federal Rural construídos para melhorar a vida do estudante do interior. 
Eduardo Campos cresceu, politicamente, graças à expansão de programas como Projovem, Samu, Bolsa Família, Luz para Todos, Enem, ProUni e Sisu. Sem falar no Pronasci, que contribuiu para a diminuição da criminalidade no estado, por muito tempo um dos mais violentos do País. 
Campos poderia ser grato a tudo isso e, mais à frente, com maturidade e honestidade política, tornar-se o sucessor de um projeto político voltado para o coletivo, e não para o próprio umbigo. 
Arrisca-se, agora, a ser lembrado por ter mantido entre seus quadros um secretário de Segurança Pública, Wilson Damázio, que defendeu estupradores com o argumento de que as meninas pobres do Recife, obrigadas a fazer sexo oral com marginais da Polícia Militar, assim agiam por não resistirem ao charme da farda. 
“Quem conhece Damázio, sabe que ele não tem esses valores”, lamentou Eduardo Campos. 
Quem achava que conhecia o governador do PSB, ao que tudo indica, ainda vai ter muito o que lamentar."

PSB diz que ataque do PT a Eduardo Campos foi ''covarde''

Depois de o PT propagar em seu Facebook oficial um texto de ataque ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) - provável adversário de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais deste ano -, a resposta veio por intermédio do líder socialista na Câmara dos Deputados, nas redes sociais. Beto Albuquerque disse que as críticas foram "covardes e despolitizadas".

Ele ainda considerou que é "risível" dizer que os recursos federais foram responsável pelos méritos do governo Eduardo. "Por que os governadores do PT não tiveram o mesmo sucesso?", alfinetou.

Em mais de uma postagem, o parlamentar socialista escreveu que a nota do PT representa que o partido está com medo da candidatura socialista. "PSB não vai morder a isca da baixaria e dos ataques pessoais", assinalou.

Logo depois, as postagens foram reunidas e transformadas em nota oficial no site do PSB. Confira a íntegra abaixo: 
Sobre nota publicada no perfil oficial do Partido dos Trabalhadores no Facebook, intitulada “A Balada de Eduardo Campos”, o Partido Socialista Brasileiro considera que: 
1. Fica evidente o desespero da direção do Partido dos Trabalhadores frente à discussão democrática do PSB em ter candidato próprio à Presidência da República em 2014. Tal desespero só demonstra a força das ideias e do debate que o PSB está propondo, sendo a real alternativa para que o Brasil avance nas mudanças que o povo brasileiro clama e precisa; 
2. É impossível negar os avanços que o Governo de Pernambuco obteve nos últimos sete anos, sob o comando do presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. Alegar que o sucesso do Governo de Pernambuco deveu-se a ajuda federal é no mínimo ingênuo, pois tal ajuda se fez presente a todos os Estados, inclusive aqueles dirigidos pelo PT, que não tiveram a mesma capacidade de formulação de projetos, planejamento e execução que o Governador Eduardo Campos, o mais bem avaliado e aprovado do país, reeleito com a maior votação da história do seu Estado. 
3. Além do ataque covarde e despolitizado ao Governador Eduardo Campos, a nota ainda usa termos chulos para tratar a ex-senadora Marina Silva, líder da Rede Sustentabilidade e filiada do PSB, uma ativista reconhecida internacionalmente pela sua defesa do desenvolvimento sustentável e figura de postura ímpar na política brasileira. 
4. A nota revela que a parcela que hoje domina o PT perdeu completamente seu espírito republicano, abandonou seu norte politico e transformou-se numa seita fundamentalista que ataca qualquer um, mesmo sendo um importante ator do campo das esquerdas, que discorde em qualquer medida da atual condução política e econômica do país e das velhas práticas políticas que se assiste em Brasília; 
5. O PSB manter-se-á firme na propositura de mudanças profundas na forma de se fazer política no Brasil, resgatando a dignidade dos partidos e agentes politicos, tão desgastados pela descompostura daqueles que hoje formam a aliança que dirige Brasília. 6. Por fim, o PSB clama à sociedade brasileira que rechace a forma desrespeitosa, patética e desqualificada com a qual o Partido dos Trabalhadores está tentando conduzir o debate pré-eleitoral de 2014. O Brasil merece respeito. 
Beto Albuquerque, Líder do PSB na Câmara dos Deputados
JCOnline
 
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